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Iremos ser entrevistados por robôs?

Iremos ser entrevistados por robôs?

A resposta é sim. Não só iremos ser recrutados por máquinas e software capazes de avaliar as nossas competências técnicas e sociais, como já existem grandes empresas a fazê-lo neste preciso momento.

 

Não é preciso recuar muito no tempo para chegar à época em que arranjar emprego dependia de uma visita física à empresa, da entrega de um currículo em papel e da ânsia de receber, ou não, um convite para uma entrevista presencial de avaliação. Com a evolução natural dos processos de trabalho e com a aceleração do ritmo da transformação digital as coisas mudaram.

 

Hoje vivemos num mundo novo. A versão física do currículo foi ultrapassada e este npassou a ser enviado em formato digital via e-mail e a estar disponível numa plataforma online acessível a empregadores, como o LinkedIn. Ferramentas como esta começaram a ser amplamente utilizadas pelas organizações para encontrar talento à medida das necessidades, nomeadamente para posições qualificadas, da mesma forma que uma ‘investigação’ à pegada digital dos candidatos se tornou uma realidade no processo de recrutamento.

 

No entanto, a evolução da tecnologia está atualmente a levar as empresas a adotarem novas soluções – como a inteligência artificial (IA) – para uma melhor afinação dos procedimentos organizacionais. A necessidade de rentabilizar e valorizar o talento, conjugada com a transformação digital, faz com que hoje os gestores procurem automatizar processos e reaproveitar os recursos humanos para tarefas que conduzam à criação de valor.

 

E é assim que se abre a porta para o futuro do trabalho, uma realidade em que as entrevistas de emprego deixam de ser conduzidas por pessoas de carne e osso para dar lugar a ferramentas como chat bots – robôs virtuais capazes de simular uma conversa fluida e natural com os humanos.

 

Eficiência, justiça e produtividade

Apesar de a transformação digital ser ainda uma novidade para muitas empresas, existem já organizações a adotar este tipo de sistemas para fazer face às dificuldades no recrutamento. Analisar centenas de candidaturas e respetivos currículos para selecionar algumas dezenas de finalistas significa um grande investimento em horas de trabalho.

 

Segundo um estudo recente da Future Workplace e da Oracle, nos Estados Unidos a taxa de adoção da IA nas organizações atinge já os 6%, sendo que a maior parte está a utilizar esta tecnologia para facilitar a contratação. Quem o disse foi Jeanne Meister, fundadora da Future Workplace, durante a sua intervenção na Business Transformation Summit, que aconteceu em outubro, em Portugal. Para ela, a vantagem da utilização da IA está na melhoria da “experiência e por permitir que trabalhos que implicam uma larga componente administrativa e rotineira sejam reduzidos com uma ferramenta que pode ser treinada para que os indivíduos produzam um maior valor e um melhor nível de serviços à organização”.

 

Isto permite não só reduzir custos mas também poupar tempo de trabalho aos responsáveis de recursos humanos. A completa substituição de pessoas por tecnologia não está em cima da mesa, já que será sempre necessário fazer uma seleção e avaliação final aos candidatos na última fase de recrutamento. Ou seja, o objetivo é que através destas ferramentas a IA consiga analisar centenas de candidaturas, conduzir entrevistas preliminares e selecionar uma pequena percentagem de resultados, que sejam posteriormente analisados por humanos.

 

Jeanne Meister defende que a utilização ideal “dos chat bots é para posições juniores, em que há um grande volume de vagas e candidaturas”, precisamente para garantir uma gestão mais eficiente dos recursos das empresas.

 

Outra das vantagens apontadas quer para as empresas quer para os candidatos prende-se com a garantia de maior imparcialidade no momento da contratação. Enquanto as análises realizadas por humanos podem ser enviesadas por preconceitos, mesmo que inconscientes, uma seleção levada a cabo por ferramentas de IA não olha a sexo, etnia, idade ou background social dos futuros trabalhadores.

 

Esta visão é partilhada por criadores de software como a Entelo, que desenvolveu uma ferramenta com base em IA e machine learning que permite não revelar aos responsáveis de recursos humanos informações de candidatos como nome, fotografia, escola frequentada e etnia. O objetivo, defendem, é eliminar a possibilidade de perder talento de qualidade devido a preconceitos que, goste-se ou não, fazem parte do ser humano. Embora seja uma questão muitas vezes desvalorizada pelas empresas, as estatísticas mostram que é um problema real no mundo do trabalho. Para se ter uma ideia da sua dimensão, basta olhar para a lista de organizações na Fortune 500 em que menos de 5% dos CEO são mulheres...

 

O futuro está no presente

Ainda que as entrevistas de emprego realizadas por robôs e outras ferramentas tecnológicas não sejam, para já, uma realidade generalizada, existem grandes empresas internacionais a adotar este sistema. É o caso da IKEA, da Pepsi ou da L’Oréal, que se tornaram clientes da start-up russa Stafory, responsável pela criação do robô Vera, que permite, precisamente, analisar candidaturas a vagas disponíveis.

 

Nasceu em dezembro de 2016, pelas mãos de Vladimir Sveshinikov e Alexander Uraksin, que olharam para o recrutamento como um ato robótico que não justificava a intervenção humana em grande parte do processo. “Sentíamo-nos como robôs, por isso achámos que seria melhor automatizar a tarefa”, disse Uraksin em declarações à Bloomberg.

 

A inovação tecnológica utiliza uma combinação de ferramentas de reconhecimento de voz da Google, Amazon, Microsoft e Yandex, de forma a poder manter uma conversa fluida com os candidatados, com quem fala via chat ou telefone. Além disso, foi necessário incluir na programação do robô mais de 13 mil milhões de exemplos de discurso.

 

Assim, a Vera é capaz de realizar centenas de entrevistas em simultâneo, analisar os candidatos e as suas competências e selecionar uma lista de finalistas, que são depois entrevistados por pessoas de carne e osso. O próximo passo, explicam os seus criadores, é dotar esta solução de capacidade para detetar sentimentos como raiva, prazer ou desilusão.

 

Contudo, este não é caso único. A cadeia hoteleira internacional Hilton também utiliza uma ferramenta semelhante, o Ally, assim como os hotéis Marriott têm o MC. A nível nacional, a InnoWave – considerada pela revista Exame uma das 100 melhores empresas para trabalhar em Portugal – tem vindo a desenvolver uma solução própria para as primeiras fases de recrutamento.

 

O objetivo, explica Tiago Mendes Gonçalves, administrador, é ajudar a “fazer a triagem” entre centenas de candidaturas. Para já, esta é a função do chat bot, mas, segundo o responsável, deverá estender-se às fases mais avançadas do processo. Além disso, a empresa nacional está a utilizar a IA como forma de “libertar” os responsáveis pelos recursos humanos das tarefas administrativas, nomeadamente “para tomar decisões de avaliação, aumento e bónus”, explica.

 

Como é ser entrevistado por um robô?

Apesar de ser uma novidade para os trabalhadores, nada devem temer, garante Jeanne Meister. À semelhança do que acontece numa entrevista de emprego conduzida por um humano, “os candidatos são avaliados não apenas pelas respostas que dão, mas também pelo tom de voz, pelo grau de conforto que demonstram, pelo nível de entusiasmo e pela assertividade. Há um padrão”.

 

Por outro lado, ser avaliado por uma solução tecnológica não deverá ser muito diferente das estratégias utilizadas pelos trabalhadores no LinkedIn. Nesta plataforma, a utilização das palavras-chave certas pode ser um dos segredos para interessar os empregadores, e o mesmo sucede com as entrevistas realizadas por um robô. “Responder às perguntas de um chat bot é como dar vida ao perfil de LinkedIn. Há que usar as mesmas palavras-chave para descrever competências”, refere.

 

Independentemente da estratégia desenhada para enfrentar uma entrevista do futuro, uma coisa é certa: a utilização de bots no processo de seleção e recrutamento permite que tanto candidatos como empresas caminhem em direção a um cenário onde o preconceito não tem “lugar à mesa”.

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